segunda-feira, 11 de agosto de 2008

#357 Encarnação do demônio


Encarnação do Demônio (2008)
Direção: José Mojica Marins

Esqueça as "tosqueiras" dos predecessores "À meia noite levarei sua alma" e "Esta noite encarnarei no teu cadáver". Este é um Zé do Caixão de primeira qualidade, devidamente atualizado pra bater de frente com terrores moderninhos e pop.
Não espere uma atuação naturalista. Zé do Caixão não é isso. Zé do Caixão é um velhinho de unhas compridas declamando "meu sangue eterno pisoteará as suas tumba" ou algo do gênero. E se você assistiu os dois filmes anteriores na trilogia e é familiarizado com o universo misógino e macabro do Mojica, "Encarnação do Demônio" fica ainda melhor. Você vai entender quando começarem a aparecer as assombrações, que são o motivo da loucura e da salvação de Josefel Zanatas.

Os fãs de terror sangrento vão gostar de saber que não tem efeitos computadorizados e muito do que derrama sangue em cena sangrou de verdade (vide cena de suspensão e de costura de boca, ambas reais). A fotografia é ótima, tirando alguns pequenos defeitos.

A parte triste é que "Encarnação do Demônio" parece ser um testamento para o cineasta. Mas, se é pra encontrar o cramulhão pra tomar um chá, que seja em grande estilo. E que bela lápide, hein Zé.

Momentos memoráveis

# segundo filme com filé de bunda do ano
# melhores nomes de bruxas: Lucrécia e Cabíria
# melhor (única?) cena de sexo com chuva de sangue do mundo
# demoníaco, mas limpinho: demônio usa luva cirúrgica pra procedimento no purgatório
# maior elenco de apoio jamais (não) visto em cena em um filme nacional (sério, tinha 500 nomes nos créditos e nem apareceu tudo isso de gente no filme inteiro)
# melhor descrição pra um embate final: "a trindade contra o tridente"
# Zé Celso no papel de Zé Celso
# Jece Valadão no papel de Jece Valadão
# Zé do Caixão no papel de Zé do Caixão