sábado, 11 de outubro de 2008

# 354: Call girl

Call girl (2007)
Direção: António-Pedro Vasconcelos

Esse entou na lista por acaso. Estava na programação da Maratona Odeon (10 de outubro, especial última chance do Festival do Rio) e só no meio dos créditos vimos que era coprodução e portanto valia. De brasileiro, mesmo, só a atriz Daniela Faria num papel mínimo, como a garota de programa Helga, amiga da protagonista Maria (Soraia Chaves).

Os vilões e os mocinhos são bem demarcados o tempo todo. Os personagens não passam de clichês. Mesmo assim, o filme ainda consegue escapar (um pouco) do moralismo no fim.

sábado, 4 de outubro de 2008

# 355 bônus: Café com leite

Na mesma sessão de "Abaixando a máquina", tivemos "Café com leite", de Daniel Ribeiro, pela mostra competitiva (curta-metragem). Uma simpática história que parece um filme gay mas fala muito mais sobre as dificuldades de assumir responsabilidades e os caminhos para construir a própria vida.

# 355 Abaixando a máquina

Abaixando a máquina
Direção: Guillermo Planel e Renato de Paula


Um documentário que consegue a proeza de ficar diante de um punhado de temas polêmicos e interessantes sem mostrar um mínimo de curiosidade por nenhum deles. A opção dos diretores parece ter sido de bancar a "testemunha ocular da história" e simplesmente mostrar a dureza do trabalho de repórteres-fotográficos na cobertura da violência urbana no Rio de Janeiro. A maior prova disso está na câmera na mão do cinegrafista, correndo no meio de um tiroteio, registrando imagens (?) que nada acrescentam.

Os preconceitos de classe dos fotógrafos pingam de suas bocas a cada depoimento, uma bola quicando na área que os documentaristas não quiseram chutar. As transformações na profissão? Idem. Os conflitos? Parecem não existir. Em vez disso, aparecem entrevistas desnecessárias com figuras do porte de Tico Santa Cruz.

Como se não bastasse, os problemas técnicos são graves. O som péssimo numa entrevista feita dentro de um apartamento é imperdoável. E a imagem é tudo o que não se espera de um filme sobre fotógrafos.

28/9/2008 - Festival do Rio, mostra Première Brasil ( Cenas do Rio).

# 356 Ensaio sobre a cegueira

Ensaio sobre a cegueira (2007)
Direção: Fernando Meirelles


O Sombra pode até saber o mal que se esconde no coração dos homens. Mas é a sombra branca da cegueira que revela esse mal. A dobradinha Meirelles-Saramago pinta sem piedade um retrato da capacidade do ser humano de se revelar cruel, mesquinho, covarde. E também generoso, valente, por que não?

Os personagens sem nome, interpretados por um elenco impecável, vão derrubando um por um os nossos limites. Até onde podemos aceitar o inaceitável? Até onde podemos ceder?

Dia 20/9/2008, no São Luiz - e três das quatro salas tinham filmes brasileiros.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

#357 Encarnação do demônio


Encarnação do Demônio (2008)
Direção: José Mojica Marins

Esqueça as "tosqueiras" dos predecessores "À meia noite levarei sua alma" e "Esta noite encarnarei no teu cadáver". Este é um Zé do Caixão de primeira qualidade, devidamente atualizado pra bater de frente com terrores moderninhos e pop.
Não espere uma atuação naturalista. Zé do Caixão não é isso. Zé do Caixão é um velhinho de unhas compridas declamando "meu sangue eterno pisoteará as suas tumba" ou algo do gênero. E se você assistiu os dois filmes anteriores na trilogia e é familiarizado com o universo misógino e macabro do Mojica, "Encarnação do Demônio" fica ainda melhor. Você vai entender quando começarem a aparecer as assombrações, que são o motivo da loucura e da salvação de Josefel Zanatas.

Os fãs de terror sangrento vão gostar de saber que não tem efeitos computadorizados e muito do que derrama sangue em cena sangrou de verdade (vide cena de suspensão e de costura de boca, ambas reais). A fotografia é ótima, tirando alguns pequenos defeitos.

A parte triste é que "Encarnação do Demônio" parece ser um testamento para o cineasta. Mas, se é pra encontrar o cramulhão pra tomar um chá, que seja em grande estilo. E que bela lápide, hein Zé.

Momentos memoráveis

# segundo filme com filé de bunda do ano
# melhores nomes de bruxas: Lucrécia e Cabíria
# melhor (única?) cena de sexo com chuva de sangue do mundo
# demoníaco, mas limpinho: demônio usa luva cirúrgica pra procedimento no purgatório
# maior elenco de apoio jamais (não) visto em cena em um filme nacional (sério, tinha 500 nomes nos créditos e nem apareceu tudo isso de gente no filme inteiro)
# melhor descrição pra um embate final: "a trindade contra o tridente"
# Zé Celso no papel de Zé Celso
# Jece Valadão no papel de Jece Valadão
# Zé do Caixão no papel de Zé do Caixão

quarta-feira, 30 de julho de 2008

#358

Já li esse filme!

Nome próprio (2007)
Direção: Murilo Sales.

Para quê? Para quê? É a única pergunta que fica. São duas horas de verborragia de uma personagem que só servem para que jovens aspirantes a escritores acreditem que basta viver intensamente, beber todas, fumar sem parar, tomar drogas à vontade, transar com todo mundo e agir sem pensar em responsabilidades para depois deixar que o texto saia das vísceras. Mas o que sai das vísceras normalmente é merda. E lá vem uma geração de subClarahs, subsubFantes, subsubsubBukovskys, subsubsubsubMillers.

Tem coisas boas. A interpretação da Leandra Leal. A forma de jogar as palavras na tela. Mas se eu estivesse vendo na TV, teria mudado de canal no meio.


terça-feira, 6 de maio de 2008

#359


Estômago (2007)

Atualizando o blog, antes tarde do que nunca (e já faz quase um mês que vimos): "Estômago", de Marcos Jorge.